Estima-se que mais de 1 milhão de brasileiros negociem criptomoedas. Mas será que a população está preparada?
Recentemente, as notícias sobre as criptomoedas chamaram a atenção não apenas do mercado financeiro, mas também de pessoas interessadas em investir nelas. O Bitcoin chegou a se valorizar 1.500% somente no ano de 2017, muito acima do que qualquer outro investimento, conforme pode-se ver no gráfico a seguir, disponibilizado na Infomoney:
Fonte: http://images.infomoney.com.br/uploads/mercados/bitcoin/grafico.jpg?1514997341394
Isso fez com que muitas pessoas no Brasil passassem a investir na criptomoeda, algo que antes nunca tinham ouvido falar. Para se ter uma ideia, em outubro de 2017, 610.364 investidores pessoas físicas investiam nelas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Porém, se estima que mais de 1 milhão de brasileiros as tenham negociado.
Entretanto, apesar da alta valorização, uma das criptomoedas mais conhecidas, o Bitcoin, já teve queda após a sua grande alta. Isso fez com que alguns especialistas dissessem que essa é uma bolha e que muita gente pode perder dinheiro.
Mas, o que são as criptomoedas?
As criptomoedas são moedas virtuais. Isso quer dizer que não existem de forma física como o real, dólar ou outra moeda emitida por qualquer outro país.
Na verdade, ela não é vinculada a nenhum país e, por isso, não tem regulamentações, o que faz com que deixe de oferecer algumas seguranças.
Existem centenas de criptomoedas em circulação, como a Bitcoin, Ethereum, Litecoin, Ripple e outras. A mais conhecida é a primeira, que ocupa cerca de 55% desse mercado.
Foto: Bitcoin. Imagem: Pixabay
A grande vantagem dessas criptomoedas é que podem ser transferidas imediatamente de uma conta para outra e não possuem altas taxas de negociação.
Outro ponto é que não é preciso se identificar para negociar essas moedas, o que pode preservar as identidades, mas também permitir negociações em que os envolvidos estejam praticando atos ilícitos e desejam se manter no anonimato.
A forma de adquirir essas criptomoedas seria comprando de outras pessoas ou minerando-as. Porém, hoje os computadores comuns já não conseguem minerar, uma vez que existem grandes centros de informática fazendo isso e tornando essa ação inviável.
Devido a prometerem altos ganhos em um curto espaço de tempo, são classificadas como opções binárias.
O que dizem os especialistas sobre as criptomoedas?
As opiniões ao redor do mundo se dividem. Enquanto alguns apostam que esse é um bom investimento e que pode gerar grandes lucros, outros os veem com desconfiança e como uma febre passageira.
Para o banco central da Dinamarca, essa seria uma “aposta mortal”. No Reino Unido, um dos chefes financeiros alertou as pessoas para que estejam preparadas caso invistam em criptomoedas, como o Bitcoins.
O chefe da Financial Conduct Authority alerta que essas não são moedas seguras, já que não há governos e nem bancos centrais atrás da moeda.
Para Thiago Salomão, responsável pela Carteira Infomoney, chamar a valorização de Bolha não é algo errado, pois quando se tem uma valorização muito rápida fica difícil dela se sustentar.
Já Carlos André Montenegro, que possui a corretora de criptomoedas Bitcoin Trade, a visão é bem diferente. Ele não as enxerga como uma bolha, pois elas servem como reserva de valor e possuem um valor volátil.
Porém, ele reforça que o mercado brasileiro ainda não está pronto para as criptomoedas, pois muitas corretoras não estão preparadas para atender as grandes demandas.
Foto: Criptomoedas. Fonte: Pixabay.
A projeção das criptomoedas para 2018
Após a valorização do Bitcoin, nesse ano de 2018 devem surgir novas criptomoedas bastante valorizadas no mercado, uma vez que o tema ganhou grande abrangência.
Entre as possíveis que se valorizarão está: Litecoin, Monero, Neo, Cardano, Ripple, Iota e Bitcoin Cash.
Além disso, a aceitação de pagamento com as criptomoedas deve fazer com que suas transações aumentem. Existem rumores de que a Amazon aceitará o pagamento com elas, sem falar de outros estabelecimentos que já as aceitam.
Outra questão é que o acesso às criptomoedas deve ser facilitado e as corretoras devem criar alternativas para quem ainda não realiza transações com elas.
O economista Fernando Ulrich diz que o custo de criar uma criptomoeda é baixo, mas que somente algumas das mais de 1.300 que estão no mercado devem sobreviver.
Os brasileiros estão preparados para esse novo mercado?
O brasileiro, muitas vezes, acaba investindo por um impulso em algo novo, sem avaliar os riscos. Por isso, antes de tudo é preciso buscar conhecer o que o mercado das criptomoedas oferece e quais os seus riscos.
Essa pode ser uma nova opção de investimento, mas, como qualquer outro, deve ser feito com cautela.
Para Thiago Salomão, da Carteira InfoMoney, o investimento em criptomoedas não deve ser superior a 5% dos investimentos, pois, assim, a renda não será afetada em caso de desvalorização.
Da mesma ideia compartilha o presidente da Mercado Bitcoin, Rodrigo Batista. Para ele não deve ser investido um valor significativo e que pode fazer falta.
Por isso, os brasileiros precisam entender que esse é um investimento como qualquer outro e, apesar das criptomoedas serem vistas como o dinheiro do futuro, é preciso não aplicar todo o dinheiro em um investimento considerado de risco.
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