A educação financeira para crianças deve ser iniciada a partir do momento que ela atingir a idade para entender de onde vem e para onde vai o seu dinheiro. E como essa matéria não é ensinada na escola, essa incumbência cabe aos pais.
Educação Financeira para crianças – Por que começar desde cedo?
Em um outro artigo que publicamos você recebe algumas dicas de como ensinar seus filhos a economizar dinheiro. Agora você verá alguns motivos pelo qual a educação financeira é importante para o planejamento financeiro familiar e porque deve ser aplicada desde cedo.
A principal influência sobre os filhos vem do comportamento dos pais.
O brasileiro está cada vez mais endividado e ainda não se habituou a desenvolver alguma forma de poupança. As famílias, cujos pais provavelmente não receberam educação financeira, sentem-se perdidas para educar seus filhos, não sabendo muito bem como tratar o assunto.
O fato de os pais admitirem para os filhos que cresceram em uma economia diferente, com sucessivas trocas de moedas, em que era impossível se organizar com relação ao dinheiro e que não aprenderam (e qualquer pessoa que tenha mais de 27 anos viveu isso), mas gostariam que agora, com os filhos, fosse diferente, fará com que a tensão do assunto baixe.
Ela reforça que apresentar as próprias dificuldades é bom para que os filhos percebam que os pais são humanos e que podem aprender juntos. A parte mais bonita da relação que a gente estabelece com os filhos é exatamente a possibilidade de se transformar na medida em que eles vão sendo educados. Isso é o que faz o processo ser muito mais enriquecedor para todo mundo.
A lei da compensação
No Brasil, é frequente que as famílias revelem a intenção de dar aos filhos tudo o que os pais não tiveram na infância. Mas, constata-se, que esse pensamento das famílias brasileiras não ajuda em nada na educação financeira das novas gerações.
É natural os pais quererem prover os filhos de tudo, pois precisamos compreender que o destino da gente é da gente e dos filhos é dos filhos. Querer dar aos filhos aquilo que desejamos para nós não é bom nem para os filhos, nem para nós mesmos.
As pessoas trabalham cada vez mais e ficam cada vez menos com os filhos. Quase sempre, a maior parte do tempo que passam com os eles é nos finais de semana, quando aproveitam para ir ao shopping, ao restaurante, comprar uma série de coisas. Isso faz com que, muitas crianças passem a associar o prazer da convivência com os pais com o prazer de consumo, juntando as duas coisas em uma só.
O objetivo aqui não é dizer o que os pais devem fazer com os filhos, pois não sou um educador e nem posso me envolver na criação dos filhos de outras pessoas. A ideia aqui é estimulá-los a pensar sobre as escolhas que os pais vem fazendo com relação a seus seus herdeiros.
A mesada é uma importante ferramenta de educação financeira para crianças
A mesada pode ser um dos instrumentos para a educação financeira para crianças e jovens. Entretanto pode via a ser um instrumento muito difícil e chato, pois exige muita disciplina dos pais: é preciso atenção para não esquecerem o dia certo para a entrega do dinheiro e para garantirem cédulas de menores valores, por exemplo.
Mas, quando dadas na hora certa e na dose certa, a mesada ou a semanada podem ser grandes aliadas do processo de educação, promovendo, inclusive, o diálogo entre pais e filhos. É o que acontece quando, juntos, avaliam que gastos serão cobertos pela mesada.
Aqui vai uma sugestão aos pais que têm filhos até 11 anos: R$ 1 por idade, por semana.
Depois dessa idade, o valor irá aumentar de acordo com outros parâmetros. É nessa hora que a negociação entre pais e filhos é fundamental.
Uma boa notícia
Estudos e pesquisas recentes verificaram que a geração que nasceu com o Real, cresceu acreditando na estabilidade da moeda e tem mais facilidade para lidar com o dinheiro. De alguma forma eles tem uma confiança que as pessoas que sobreviveram ao pesadelo inflacionário ainda não conseguem ter.
Quem sabe essa geração possa se planejar agora para algo que vai acontecer daqui a alguns anos? Eu acredito que ele tem uma possibilidade muito mais concreta de se organizar em relação ao dinheiro do que aqueles que nasceram antes, principalmente por terem acessos às informações com muito mais facilidade.
Mas é claro que podemos dar uma forcinha fazendo a nossa parte em casa ensinando educação financeira para crianças.
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